Major Elza Cansanção Medeiros
Elza Cansanção Medeiros, ou Major
Elza como preferia ser chamada, foi a primeira enfermeira voluntária a
participar da Força Expedicionária Brasileira (FEB) na Segunda Guerra Mundial. Nasceu
em 21 de outubro de 1921 na cidade do Rio de Janeiro e que veio a falecer, em 8
de dezembro de 2009 com 88 anos na cidade do Rio de Janeiro. Filha do médico sanitarista Tadeu de
Araújo Medeiros, amigo de Alberto Santos Dumont e auxiliar direto de Oswaldo Cruz na
campanha contra a febre amarela, foi à
primeira brasileira a se apresentar como voluntária, na Diretoria de Saúde do Exército, para lutar na Segunda Guerra Mundial, aos 19 (dezenove) anos de idade. Embora sonhasse em lutar
na linha de frente, teve que se conformar em seguir como uma das 73 (setenta e
três) enfermeiras no Destacamento
Precursor de Saúde da FEB, uma vez que o Exército Brasileiro, à época, não aceitava mulheres combatentes.
Formada pela escola de enfermeiras da cruz
vermelha, apresentou-se como voluntaria em abril de 1943, na diretoria de saúde
do Exercito integrando o 1° escalão de enfermeiras da FEB durante a Segunda
Guerra Mundial no posto de Segundo Tenente. Sua atuação na Segunda Guerra
Mundial começou em Alagoas, prestando socorro aos náufragos do navio Itapagé,
torpedeado na costa brasileira pelo submarino alemão U-161 comandado pelo
Capitão Albrecht Achilles. Durante o conflito, trabalhou nos hospitais de evacuação
na Itália, distante do “front”, em turnos de 12 (doze)
horas, nenhum soldado tendo falecido em seus braços. Atuou como Oficial de Ligação e
Enfermeira-chefe no “7th. Station” Hospital, na cidade de Livorno.
Em 1944, quando participava da campanha da Força Expedicionária Brasileira
(FEB) na Itália, sofreu uma queda na cratera de uma granada.O acidente lhe rendeu a promoção
a major, dois postos acima. Com o fim do conflito, foi dispensada logo após o
retorno ao país, vindo a trabalhar no Banco do Brasil.
Em 1957,
as mulheres foram pré-convocadas, podendo vir a ser militares de carreira. A
Sr.ª Elza retornou prontamente, continuando a trabalhar como Enfermeira. Mesmo tendo trabalhado no Serviço Nacional de
Informações (SNI), ela jamais pensou em abandonar a carreira militar.
Formou-se em Jornalismo, História das Américas, Psicologia, Parapsicologia, Turismo e Relações Humanas. Com conhecimentos de mecânica, escultura, pintura e tapeçaria, deu a volta ao mundo duas vezes, esteve
na Antártida, aprendeu a pilotar ultraleves aos 70 (sessenta) anos de idade. Fundou e
dirigiu duas revistas e assinou várias colunas em jornais do Rio de Janeiro e
de Recife, tendo escrito três livros sobre a sua participação na Segunda
Guerra. Apresentou ainda inúmeros trabalhos em congressos de medicina militar,
com especial destaque para as Sugestões
para a criação de um Corpo Auxiliar Feminino para as Forças Armadas,
base para a abertura das Forças Armadas do Brasil à participação das mulheres. Foi
membro da Academia
Alagoana de Cultura,
quando se dedicou à preservação da memória fotográfica da FEB.
É a mulher mais condecorada do Brasil, com mais
de 200 medalhas, entre as quais destacaram-se:
- - Medalha de Campanha da Força Expedicionária Brasileira.
- - Medalha
de Guerra –1945. Medalha
do Soldado Polonês Livre. Medalha
“Ancien Combatant du Tatre du Operacion du L’Orope” – França. Única mulher a receber.
- - Medalha do
Mérito Santos-Dumont. Medalha
Heróis do Brasil -
Durante o XVIII Encontro Nacional de Veteranos em São Bernardo do Campo.
- - Medalha Mérito Tamandaré – Ministério da Marinha. “Meritorius Service United Plaque” - Exército Americano - USA – 1944.