terça-feira, 9 de junho de 2020

Casa da FEB _ Vitrine 14



·            Lanterna:
Conhecida como farolete, é uma lanterna antiga americana, também conhecida como Chestlite, fabricada pela Universal Flashlight Co. Washington DC. Foi utilizada tanto antes da Segunda Guerra mundial quanto durante a Segunda Guerra.
Funcionava com pilhas grandes. Este modelo em exposição se encontra com as alças de lona originais.



·            Coturno:
Feitos de acordo com os cadernos de encargos do Serviço de Intendência da Força Expedicionária Brasileira: couro marrom do avesso, reforço na biqueira, cinco ilhós, costuras paralelas de quatro pontos, cano em couro marrom e sólidas ferragens de latão.





·            Binóculo:
Binóculo alemão do contrato romeno (provavelmente Hensoldt). Lente direita com retículos graduados, o que indica item de uso na Artilharia.




·            Gorro de pano:
Gorro de lã, feito para aquecer a cabeça dos pracinhas da FEB durante o inverno italiano na Segunda Guerra Mundial.
O gorro era utilizado debaixo dos capacetes, cobria toda a cabeça e a lateral do rosto, aquecendo os ouvidos, bochecha, alguns  cobriam até o pescoço.



·            Cantil:
Cantil norte americano de aço com o copo embutido no cantil e o estojo de lona para prender ao cinto "NA" e se adequar aos padrões norte americano.
Este cantil pertenceu ao Tenente médico Sebastião Foncer .




·            Caixa de primeiros socorros:
A função dos primeiros socorros era estabilizar e preparar os feridos para serem levados aos hospitais de campo e centros médicos na retaguarda. O trabalho mais trágico era a seleção dos feridos: em certas ocasiões, eles tinham que deixar de lado alguém muito ferido e dar prioridade a outros que tivessem mais chances de sobreviver.
A única boa notícia é que matar um médico de combate em ação era (e ainda é) considerado um crime de guerra. Se identificados, médicos, auxiliares, enfermeiras, carregadores de padiola ou quaisquer envolvidos em atividade médica são considerados não combatentes.





·            Kit de barbear:
Porta higiene pessoal de militaresusado na Batalha da FEB na Itália, contendo barbeador, algodão e espuma de barbear.





·            Capa da revista “O Cruzeiro”:
Estudo histórico-social que objetivou analisar as iniciativas de incorporação oficial de enfermeiras brasileiras no campo militar durante a primeira metade do século XX e discutir as implicações da incorporação oficial de enfermeiras brasileiras no Serviço Militar, no bojo da Segunda Guerra Mundial. As fontes primárias foram documentos escritos e iconográficos. Os dados foram classificados, contextualizados e analisados por meio do método histórico, e tratados à luz da Teoria do Mundo Social de Pierre Bourdieu e de estudos sobre Minha História das Mulheres, de Michelle Perrot. Os resultados evidenciaram que as iniciativas de incorporação oficial de mulheres enfermeiras em instituições militarizadas no Brasil foram definidas pelos efeitos simbólicos da dominação masculina, que ditaram os limites e possibilidades destas enfermeiras na ocupação de posições de poder e prestígio nas Forças Armadas do país à época. Foi uma história de luta em que se (re) definiu a divisão sexual do trabalho no campo militar.











Casa da FEB _ Vitrine 13



·            Maquete Monte Castelo:
Batalha de Monte Castelo  foi travada ao final da Segunda Guerra Mundial, entre as tropas aliadas e as forças do Exército Alemão, que tentavam conter o seu avanço no Norte da Itália. Esta batalha marcou a presença da Força Expedicionária Brasileira (FEB) no conflito. A batalha arrastou-se por três meses, de 24 de novembro de 1944 a 21 de fevereiro de 1945, durante os quais se efetuaram seis ataques, com grande número de baixas brasileiras devido a vários fatores. Quatro dos ataques não tiveram êxito, por falhas de estratégia. Em 21 de fevereiro de 1945, a 1a Divisão de Infantaria Expedicionária FEB enfrentou e venceu o seu maior desafio operacional que foi a conquista de Monte Castelo. A conquista brasileira foi o episódio mais emocionante e afirmativo da capacidade de combate do brasileiro e de sua maturidade operacional. Neste episódio se destacou, entre outros bravos, o Tenente de Infantaria Cecil Wall Barbosa de Carvalho, que passaria a maior parte de sua vida em Resende, onde foi professor por muitos anos de Direito, na Academia Militar das Agulhas Negras, Monte Castelo, que era defendido com unhas e dentes pelo inimigo, foi alvo de cinco ataques. Os primeiro e o segundo ataques foram executados em 24 e 25 de novembro pela Força Tarefa 45 (Task Force 45) integrada por brasileiros e americanos. Os ataques não foram bem sucedidos, mas resultaram na conquista temporária de Monte Belvedere. O terceiro ataque foi feito pela 1a DIE/FEB um dia após contra ataque alemão que reconquistou Belvedere dos americanos, fato negativo no ataque brasileiro que foi flanqueado por Belvedere, ponto onde o inimigo concentrou o esforço de defesa por ser ele a chave de acesso à rica planície do rio Pó e realizado com chuva, lama e céu encoberto, do que resultou mais um justificado insucesso brasileiro. À noite, em conferência no Passo de Futa - QG do (V Corpo, seu comandante precipitou-se e colocou em dúvida a capacidade de combate dos brasileiros e quis saber a razão do insucesso. A resposta do comandante brasileiro foi dada por escrito. Ele argumentou "que tropas veteranas americanas também foram obrigadas a recuar de Monte Belvedere naquela frente, face à forte resistência inimiga; que a missão atribuída à 1a DIE/FEB de defender numa frente de 20 km e de atacar numa frente de 2 km era exorbitante para uma Divisão de Infantaria e que ela não havia, por culpa do governo no Brasil e do V Exército na Itália, tido o período de treinamento padrão mínimo previsto para as divisões americanas e que ela estava recebendo missão de tropa de montanha sem sê-lo". O inverno, iniciado logo após, obrigou a uma estabilização da frente por 70 longos dias. Então, os brasileiros vindos de um país tropical, padeceram rude e rigoroso inverno, com temperaturas variando de -15o a -4°. A 1a DIE/FEB ressurgiu do inverno, o mais rigoroso da disposta e veterana. Suas ações incluem a Batalha dos Apeninos, que foi muito cruenta e penosa. Os Apeninos foram acidente capital estratégico para o inimigo, por impedir o acesso dos aliados à rica planície do rio Pó. E, depois de conquistados os Apeninos, seriam a vez dos Alpes, o que significaria a decisão da guerra na Itália. A chave para a conquista dos Apeninos era a cidade de Bologna. O acesso a esta era a Estrada Nacional 64, dominada pelas elevações de Monte Belvedere, Monte Castelo e Castelnuo-vo. Foi nestas elevações que os alemães de 232a Divisão de Infantaria, ao comando do experimentado General e Barão Eccart von 5 Gablenz, que comandara o XXVI Corpo de Exército Alemão na Batalha de Stalingrado, concentraram seu esforço defensivo, particularmente em Monte Belvedere, pivo de defesa inimiga nos Apeninos e que possuía dominância de fogos e vistas sobre Monte Castelo. É importante este entendimento de que as dificuldades de conquista de Monte Castelo encontrava-se bem mais no seu flanqueamento por Belvedere, onde o inimigo concentrou seu esforço defensivo, do que nele próprio e que para conquistar Atonte Belvedere os americanos usariam uma unidade especializada, a 10a Divisão de Montanha. Em 21 de fevereiro, há 66 anos, finalmente a 10a de Montanha e a 1 a DIE/FEB atacaram simultaneamente Della Torracia e Monte Castelo, objetivos que conquistaram sucessivamente. A conquista brasileira de Monte Castelo foi o episódio mais emocionante e afirmativo da capacidade de combate do brasileiro e de sua maturidade operacional.