quarta-feira, 30 de setembro de 2020

Casa da FEB _ Vitrine 36

·            Capacete de fibra:


Todas os cascos de aço com o rebordo com fechamento frontal foram produzidas durante a Segunda Guerra Mundial, de abril de 1941 a novembro de 1944. Em seguida, o fechamento do aro foi alterado para a trás até agosto de 1945, quando cessou a produção.

Todos os cascos de aço com fixações de jugulares fixas (fixed bails) foram produzidas durante a Segunda Guerra Mundial, de abril de 1941 a outubro de 1943, e então começou a produção de fixações giratórias. Em ambos os casos, as tiras das jugulares foram costuradas nos fixadores. Os capacetes que possuírem fechos são do pós-guerra.

·            Fixed bails”:

Desde que a produção começou até 1943 a cor das jugulares unidas ao casco de aço eram da cor monótono verde-oliva #3 (olive drab #3), de 1943, na maior parte os cascos de aço feitos pela Schlueters as jugulares eram (olive drab #7). No entanto, as jugulares OD #3 podem ser encontradas em exemplares com fechamento do aro traseira no final da guerra. Os capacetes do pós-guerra têm as correias conectadas e na cor OD #7.

Os exemplares produzidos mais no início da guerra tiveram as presilhas das jugulares feitas em bronze. Os capacetes do meio da guerra foram equipados com uma fivela de aço pintada de preto com um design mais simplificado. Os capacetes do final da guerra possem uma fivela de bronze pintada de preto com design simplificado. Desde setembro de 1944, um novo gancho de liberação da fivela, chamado T1, foi adotado e raramente montado, embora se tornasse um padrão somente na produção dos anos 50.

A produção dos cascos de aço do capacete M1 começou em 1941, então como podemos reconhecer um capacete se ele é do início ou do final da Segunda Guerra ou até do pós-guerra? Sob a borda há um número que indica o lote de produção. Se este número está entre 0 e 1300, então temos um casco da era da Segunda Guerra Mundial. Isso é verdadeiro para os cascos fabricados pela McCord Radiator, no entanto todas os cascos da Schlueter foram produzidos durante Segunda Guerra Mundial.

E por último, também a cor, a texturização e a forma do casco indicam sua idade. Os cascos de aço do tempo da guerra são um pouco mais altos, em uma pintura mais escura do verde. Nos capacetes do pós-guerra a areia foi usada para texturizar a superfície em vez da cortiça, ou seja, a pintura da época da guerra possui textura mais rugosa e do pós-guerra com mais granulação.

Detalhes do liner de fibra feito pela Firestone. Esta fábrica  cessou a produção antes ou no final da guerra. Portanto todos desta fábrica são exclusivamente “WW2 Era Liners”. Todos os outros liners de alta pressão: Westinghouse, MSA e Capac foram produzidos após 1950 também.




·            Fuzil Remington:

Springfield M1903 foi um fuzil criado nos Estados Unidos no ano de 1903. Foi a arma padrão do exército americano durante a Primeira Guerra Mundial, sempre muito apreciado por sua precisão.

O nome Springfield vem do fato de que os seus antecessores da Guerra Civil Americana (1861-1865) foram criados na cidade de Springfield. Uma cópia fiel do fuzil Mauser, utilizava-se de um ferrolho giratório manual e com a alça curva, e calçava o cartucho .30-06 americano, seu calibre era de 0,30 polegadas, seu peso era 3,94 kg,com um carregador interno de 5 cartuchos e sua velocidade inicial era de 850m/s, e também tinha a sua versão com luneta. Era utilizado por Francos Atiradores em altos de prédios ou camuflados

Na Segunda Guerra Mundial, serviu aos EUA como arma de precisão pelos franco-atiradores americanos. Sua eficácia era indiscutível, tanto que a FEB, durante a campanha na Itália, equipou todos os soldados com o Springfield, à exceção dos sargentos, que eram equipados com o M1 Garand.

Apesar da sua idade, esta arma foi amplamente utilizada pelas tropas americanas junto com o M1 Garand, o Fuzil Automático Johnson e a Carabina M1, durante a Segunda Guerra Mundial. Também muito utilizado nas campanhas no pacífico, o springfield foi um dos mais precisos para sua época.




·            Saco lister


Reservatório feito de pano de lona para armazenagem de água em acampamentos, suspenso por correntes, presas em 3 madeiras. Cada saco lister tem em média de 3 à 5 bicas para os militares simultaneamente encherem seus cantis ou canecos, podendo armazenar entre 180 à 200 litros.











Casa da FEB _ Vitrine 35

 ·            Jeep Liliana:


O Jeep do general Mascarenhas, batizado de Liliana, está no Museu Conde de Linhares no Rio, mesmo sem evidências de que é exatamente o mesmo que foi usado na guerra ou uma caracterização. Muitos destes veículos voltaram ao Brasil com o fim da guerra, continuando em atividade nos quartéis do Exército em todo o país. Desmobilizados, após bastante tempo de serviço, vários deles ainda rodam na mão de civis e colecionadores.

No final da década de 1920 o comando do Exército Norte Americano estava imbuído em grande processo de motomecanização principalmente visando a substituição em larga escala das unidades tradicionais de cavalaria.  Uma das primícias básicas seria o desenvolvimento de um veículo leve com tração 4X4, com capacidade de superar terrenos difíceis com obstáculos, dispondo ainda de  capacidade para levar alguns homens e armamentos. Este conceito veicular seria projetado em 1932 pelo Coronel R.G Howie, da 7th Tank Company baseada no Forte Smelling Minn, com o primeiro protótipo foi construído em 1937 pelas oficinas do Forte Sam Hous Ton Texas. Testes praticos foram conduzidos com este veiculo levando para a evolução de um pré lote de produção no ano de 1940 contemplando 70 unidades construídas pela empresa   Bantan Car Company of Butler que foram entregues o Quartel General do Departamento Exército em Holabird em Baltimore.

 

Com o recebimento deste lote até meados de 1938, foi desenvolvido uma amplo processo de construção de doutrinas de emprego e testes complementares. Os resultados positivos na operação deste novo veiculo levou o comando do Exército  Norte Americano (US Army) a implementar um processo de concorrência para definição de um fabricante que fosse capaz de oferecer a melhor relação de custo beneficio para a  produção em massa de um veículo leve 4X4 baseado no projeto original do Coronel R.G Howie . Foram convidadas a participar desta concorrência 135 fabricantes automotivos americanos, porém devido ao cenário beligerante em que a Europa mergulhava neste mesmo período , uma das principais exigências do processo era seu caráter de urgência, onde se colocava um prazo de apenas para que fossem apresentados protótipos funcionais para testes. Destas empresas aceitaram o desafio somente a Ford Motor Company, American Bantam e  Willys-Overland, no entanto somente a Bantan conseguiu apresentar  um protótipo real dentro do prazo pré-estabelecido. Os testes foram realizados  no quartel general em Baltimore, entre  27 de setembro a 16 de outubro de 1939, sendo acompanhados inclusive por representantes técnicos da Ford e da Willys que tiveram ampla oportunidade de estudar o desempenho do veículo.

Apesar de se sagrar vencedora a American Bantam, não dispunha da capacidade industrial e estabilidade financeira - fiscal para o atendimento de um contrato deste porte. A fim de sanar esta deficiência o Departamento de Guerra Norte Americano cedeu as plantas originais da Bantam para a Ford e a Willys, alegando que o projeto era de propriedade intelectual do governo. Esta decisão não foi contestada principalmente a sua precária situação financeira, assim em novembro de 1940, Ford e Willys apresentaram protótipos para competir com a Bantam nos testes do Exército. Os testes comparativos entre os três modelos apresentaram resultados positivos semelhantes , levando a uma evolução que resultaria no Mark II denominado como  BRC 60. A pressão em que os Estados Unidos e suas forças armadas estavam neste período, que antecedeu a entrada dos americanos no conflito levou a decisão de se aceitar os três modelos, com os primeiros contrato de produção pré série englobando 1.500 veículos inicialmente destinados a Bantam.

Em termos de características visuais o Bantam se destacava por sua frente arrendonda , bem no estilo  apesar de apresentar um design da traseira é semelhante às traseiras do veiculo da  Willys e da  Ford típico do final dos anos da década de 1930. Para o processo de produção o BRC-60 foi redesignado como BRC-40, com a montagem sendo iniciada em 31 de março de 1941. O segundo contrato previa a entrega de 16.000 carros foi repassado a Willys-Overland que designou o modelo como MA Quad, em outubro do mesmo ano a Ford passou a receber os maiores contratos de produção. No início, o projeto tinha como nome GP, que significava General Purpose Vehicle, ou veículo para uso geral. As pessoas chamavam o carro pelo acrônimo GP (em inglês), que soava como "jeep". Outro fator curioso também ajudou a popularizar este nome. A palavra "jeep" era a única pronunciada por um personagem de quadrinhos da década de 30 chamado Eugene, que era o bicho de estimação de Olívia Palito, namorada o marinheiro Popeye. Eugene tinha poderes superiores, tais como caminhar pelas paredes e tetos. Graças a popularidade de Eugene alguns soldados começaram a chamar seus veículos de JEEP em alusão a seus poderes.

Durante a Segunda Guerra Mundial, Willys-Overland produziu 363.000 Jeeps e Ford cerca de 280.000 e aproximadamente 51.000 foram exportados para a União Soviética sob o programa Lend-Lease.No pôs guerra o modelo continuou em produção pela Willys, pois a Ford foi judicialmente impedida de fazer uso da marca Jeep, desta maneira o novo modelo designado M-38 (MC) entrou em produção em 1950 sendo descontinuado somente em 1964 após 167.345 unidades fabricadas. Os carros construídos durante a Segunda Guerra Mundial permaneceram em uso em diversas forças armadas no mundo até fins do século XX.

Durante a Segunda Guerra Mundial, o Brasil passou a ter uma posição estratégica tanto no fornecimento de matérias primas quanto no estabelecimento de pontos estratégicos para montagem bases aéreas e operação de portos na região nordeste. Por representar o ponto mais próximo entre o continente americano e africano a costa brasileira seria fundamental no envio de tropas, veículos, suprimentos e aeronaves para emprego no teatro europeu. Como contrapartida e no intuito de se modernizar as forças armadas brasileiras que até então eram ainda signatárias da doutrina militar francesa estavam equipadas com equipamentos obsoletos oriundos da Primeira Guerra Mundial decidiu-se fornecer ao pais os meios e as doutrinas para uma ampla modernização , este processo se daria pela assinatura da adesão do Brasil  aos termos do Leand & Lease Bill Act (Lei de Arrendamentos e Empréstimos) ), que viria a criar uma linha inicial de crédito ao país da ordem de cem milhões de dólares, para a aquisição de material bélico, proporcionando ao pais acesso a modernos armamentos, aeronaves, veículos blindados e carros de combate.

Praticamente o Exército Brasileiro receberia o maior numero e veículos de transporte, entre estes 1985 unidades do famoso Jeep 4X4, não existem registros exatos  sobre as quantidades exatas dos modelos Ford e Willys-Overland. Os primeiros carros começaram a ser recebidos no Brasil em 1942 e mesclavam veículos novos e usados e existem relatos de alguns raríssimos Willys MA (sem registro) e "Slatt Grill" ("grade de grelha"), raríssimos Ford GP (sem registro) e Bantam BRC-40 (ao menos um exemplar existente), todos estes fabricados em 1941, estarem entre as primeiras unidades que chegaram ao Brasil. Estes modelos da fase de pré-produção, foram enviados para muitos países aliados nos termos do Leand & Lease (Inglaterra, Rússia, China, Brasil). O advento do recebimentos destes carros em muito contribuiu no processo de moto mecanização em larga escala no Exército Brasileiro, muito por ser um veículo de desempenho inédito com qualidades práticas que nenhum outro veículo em uso nas forças armadas brasileiras apresentava até então

Do lote inicialmente destinado ao Brasil, 655 unidades foram destinadas a equipar as unidades pertencentes a Força Expedicionária Brasileira e também as duas unidades da Força Aera Brasileira e foram entregues na Itália sendo retiradas do estoque do 5º Exército Norte-Americano, algumas das viaturas recebidas eram “veteranas de guerra”, pois haviam sido utilizadas nas campanhas da Sicília e Norte da África. Um dos principais motivos para a FEB receber algumas viaturas já utilizadas, era a necessidade de remanejamento de material para a operação Overlord no Norte da França (Dia D).As viaturas recebidas eram de número inferior às necessidades de nossa tropa, e nossos motoristas, após um breve treinamento de direção já em solo italiano, cuidavam delas com muito carinho, como se fossem verdadeiras “damas”. Prova disso, é que todas possuíam nomes pintados em sua lataria, alguns fazendo referência às “pessoas amadas” que ficaram no Brasil. Podemos citar, como exemplo, o Jeep FEB 330 que recebeu o nome DELOURDES e o Jeep FEB 310 com nome de MACACA. Até o Jeep do Gen Mascarenhas atendia pelo nome de LILIANA, homenagem do Cmt da FEB à sua filha. Vale citar que as as as chaves de ignição das viaturas, soldadas aos painéis para evitar o risco de perdê-las.


Outra curiosidade importante, era que nossas viaturas não possuíam uma numeração catalogada pelo Exército Brasileiro  e sim padronizada a pelo Exército Americano, o que de certa maneira, dificultava um pouco o controle do material por parte dos escalões responsáveis da FEB. Por outro lado, facilitava em muito o lado das pracinhas brasileiras, que conseguiam repor rapidamente as viaturas perdidas em combate. Os americanos, em algumas missões, deixavam suas viaturas encostadas, camufladas e sem ninguém para tomar conta delas; bastava passar por aquele local uma patrulha brasileira que, ao observar a viatura americana sem sentinela para vigiá-la, a “pegava emprestada”, já que a chave de ignição estava no painel.Das unidades recebidas no teatro de operações italiano, total 09 estavam configurados na versão de ambulância transportando feridos até os hospitais de campanha com muito boa eficiência, no Batalhão de Saúde, junto a outros tipos de veículos. Nas demais unidades da FEB, junto ao destacamento de saúde, existiram jipes ambulâncias, na maioria das vezes apenas um por unidade. Muitos veículos militares podiam ser convertidos em transportes de pacientes com ligeira modificação ou não da estrutura, mas a viatura Jipe de 1/4 tonelada e seu reboque faziam parte do equipamento padronizado das seções do batalhão de saúde e de muitas outras unidades do Exército norte-americano e seus aliados. Quase sempre estavam ao alcance e eram adaptados facilmente para transportar feridos ou doentes.

 

 

·            Características Técnicas:

País de origem: EUA

Fabricante: Ford Motors – GPW & Willys Overland - MB

Modelo: Jeep-Ford & Wyllis Overland;

Peso: 1.054 Kg;

Peso Carregado: 1.417 kg;

Comprimento: 3,36 m;

Largura: 1,85 m;

Altura: 1,77 m;

Inclinação: 60%;

Motor: Willys MB 2.2 litros in-line de 4 cilindros;

Velocidade Máxima: 105 km/h;

Alcance: 480 km

Tanque de Combustível: 57 litros.