segunda-feira, 7 de outubro de 2019

Evolução do Armamento_Vitrine 13


Vitrine 13 –DA ESPINGARDA DE PEDERNEIRA AO FUZIL MAUSER


·         ESPINGARDA DE PEDERNEIRA



espingarda de pederneira, ou fuzil era uma arma longa cujo mecanismo de disparo era o fecho de pederneira. Este consistia num cão (peça em formato de martelo com um fragmento de sílex ou pederneira no seu extremo) que, depois de ser acionado pelo gatilho, percutia uma peça móvel de aço (o "fuzil"), provocando uma faísca que incendiava a pólvora colocada num orifício que comunicava com o interior da câmara, produzindo a deflagração que fazia impulsionar a bala no interior do cano da arma. O "fuzil" de aço, peça característica deste tipo de espingardas, acabou por batizar as próprias armas, bem como deu origem à denominação dos soldados armados com elas, os fuzileiros. Além disso, a alma da espingarda era lisa e a bala de chumbo esférica, o que facilitava a sua deformação e desvio, durante o disparo (fenómeno conhecido como "instabilidade do disparo"), sendo quase impossível acertar num inimigo a mais de 100 metros de distância. Por outro lado, a má qualidade da pólvora tornava, os projéteis perdidos, praticamente inofensivos a mais de 500 metros.


·         ESPINGARDA MUTZIG


        Espingarda Chassepot fabricada até a década de 1870 na Manufacture d'Armes de Mutzig, no antigo Castelo de Rohan, localizada numa pequena comuna francesa.


·         ESPINGARDA CHASSEPOT


Oficialmente conhecido como Fusil modèle 1866, foi um fuzil monotiro de retrocarga (carregamento pela culatra), famoso por ter sido a arma utilizada pelas forças francesas na Guerra Franco-Prussiana de 1870-1871. Ele substituiu uma variedade de fuzis Minié de antecarga (carregamento pela boca). Tipo fuzil de ferrolho. Local de origem francês. Historia operacional em serviço 1867-1874. Histórico de produção, criador  Antoine Alphonse Chassepot, data de criação 1866, quantidade produzida mais de 1,000,00. Especificação  peso: 4,635 kg, comprimento: 1,31 m, comprimento do cano: 795 mm, cartucho: Cartucho de papel de 25g
Carga 5.6g de pólvora negra, calibre: 11 mm, ação: Ferrolho, cadencia de trio: 8-15 por minuto, velocidade de saída: 410 m/s, alcance efetivo: 1200m e sistema de suprimentos de tiro simples.


·         CLAVINA DE TRANSIÇÃO


Na década de 1860, foi convertida de arma de fulminante para carregamento pela culatra e cartucho metálico, o que aumentou a cadência de tiro e alcance do armamento, mas como solução de emergência, não foi adotada pelo Brasil.


·         CARABINA COMBLAIM


Também conhecida como modelo Belga, ou modelo 1873, é a arma original, tal como recebida da Europa.
A Comblain teve uma longa e curiosa história no Exército Brasileiro. Vencedora de uma competição na qual foram testados 12 modelos diferentes de armas, era baseada em um modelo usado pela Guarda Cívica belga, apesar de ter notáveis diferenças com relação à ela, gerando um modelo genuinamente Brasileiro, apesar de ter sido fabricado por um consórcio de fabricantes belgas.
O funcionamento da arma era relativamente simples: o bloco da culatra era móvel, descendo verticalmente em um trilho quando a alavanca de armar – que também servia de guarda-mato – era puxada para baixo. Isso abria a câmara e permita a colocação de um cartucho. Este era do tipo chamado de Boxer, de ouropel, ou seja, feito de uma folha de latão enrolado, fabricado localmente nos laboratórios pirotécnicos de Campinho (RJ), Menino de Deus (RS) e de Cuiabá (MS). Este tipo de cartucho, preferido para todas as armas usadas pelo Exército (mas não pela Marinha, que muitas vezes usava munição importada), era simples, barato e de fácil fabricação (exigia menos de metade das operações que eram necessárias para os cartuchos inteiriços), mas causava uma série de problemas em alguns dos equipamentos usados, especialmente nas Winchesters e nas metralhadoras, de forma que começou a ser substituído por volta de 1891, por um cartucho normal, inteiriço.
No Brasil, quando foi adotada em 1873, não foi considerada como ideal, gerando uma série de modificações locais que pouco acrescentaram a armas, mas que resultaram em uma série de variantes muito interessantes, especialmente no mecanismo de presilha, a sapata. Chegou até a ser feita uma quadrinha de sátira a essas modificações – atribuída ao próprio Imperador – falando que "andam a pôr e tirar sapatas no fuzil, mas afinal de contas, quem fica descalço é o Tesouro".
As Comblain continuaram a ser a arma regulamentar da infantaria do Império até 1892, quando começaram a ser substituídas pelas Mannlicher, e ainda seria usada depois disso, na Revolução Federalista, na Revolta da Armada e Canudos. Em forças policiais, continuaria em uso por décadas ainda, havendo menção ao seu uso pela Polícia da Paraíba, na Revolta de Princesa, de 1930.

Características técnicas:
País de origem: Bélgica
Calibre: 11x50 mm     
Comprimento: 94 cm
Alcance útil: 500 m
Cadência de disparo: 08 TPM (tiros por minuto)
Peso: 4,16 kg


·         ESPINGARDA KROPATSCHEK




Kropatschek Portuguesa (dentro de Portugal, conhecida simplesmente por Kropatschek) foi uma família de espingardas e carabinas desenvolvida para as Forças Armadas Portuguesas, pela empresa de armamentos Österreichische Waffenfabrik-Gesellschaft (OE.W.F.G.), de SteyrÁustria, com base no sistema desenvolvido pelo general austro-húngaro Alfred von Kropatschek.
As Kropatschek Portuguesas usavam a munição 8 mm Guedes desenvolvida para as espingardas do sistema Castro Guedes, inventadas pelo oficial português Luís Fausto de Castro Guedes Dias[1], mas nunca adoptadas pelo Exército Português.
As Kropatschek foram as espingardas padrão do Exército Português entre 1886 e 1904. apesar de terem sido substituídas pelas Mauser-Vergueiro como arma padrão, em 1904, mantiveram-se em serviço nas unidades coloniais até cerca de 1961.

Características técnicas:
País de origem: Áustria
Calibre: 8 mm             
Comprimento: 1,32 m
Alcance útil: 500 m
Capacidade de munições: 08 disparos. 
Cadência de disparo: 10 TPM (tiros por minuto)
Peso: 4,55 kg

·         FUZIL MAUSER 1871



Nomenclatura: Gewehr 71

Modelo Mauser 1871 adotado como o Gewehr 71 ou Infanterie-Gewehr 71 , ou "Infantaria Rifle 71" ("IGMod.71" foi gravado nos próprios rifles) foi o primeiro modelo de rifle em uma linha distinta projetada e fabricada por Paul Mauser e Wilhelm Mauser da empresa Mauser e mais tarde produzido em massa no arsenal de Spandau.
Paul Mauser desenvolveu sua espingarda de ação rápida de 1867 a 1871. Durante os anos 1870-71, ocorreram julgamentos com muitos rifles diferentes, sendo o M1869 Bavarian Werder o principal competidor dos Mausers. A Mauser foi provisoriamente adotada em 2 de dezembro de 1871, na pendência do desenvolvimento de uma segurança apropriada . Com o apoio do governo arsenal Spandau , as melhorias do mecanismo de segurança foram concluídas e o rifle foi formalmente aceito em 14 de fevereiro 1872 como infantaria Rifle Modelo 1871 pelo Império Alemão , excluindo Bavaria , que adotou o Werder. 

Características técnicas:
País de origem: Alemanha
Calibre: 11 mm           
Comprimento: 1,35 m
Capacidade de munições: 05 
Cadência de disparo: 10 TPM (tiros por minuto)
Peso: 4,5 kg


·         FUZIL MAUSER 1884





Nomenclatura: Mauser 71/84

Mesmo armamento que foi fabricado em 1871, porém, passou por algumas atualizações. O design foi atualizado em 1884 com um magazine tubular de 8 voltas projetado por Alfred von Kropatschek , tornando este o primeiro rifle de repetição da Alemanha. Esta versão foi designada Gewehr 1871/84. Uma versão deste repetidor foi adotada pelo Império Otomano . Designado M1887 , diferia do M71 / 84 em que tinha uma haste de limpeza montada lateralmente, um segundo pino de travamento na parte traseira do parafuso e que estava em 9,5 × 60mmR,  que Paul Mauser apontou como o mais eficiente cartucho (pó preto). No início do século 20, alguns foram convertidos para 7.65 × 53mm sem fumaça pelo arsenal em Ankara .



·         FUZIL MAUSER 1891



Nomenclatura: Mauser Argentino 1891

Depois que os irmãos Mauser terminaram o trabalho no Modelo 71/84 em 1880, a equipe de design decidiu criar um repetidor de pequeno calibre que usasse pó sem fumaça.  Por causa dos reveses causados ​​pela morte de Wilhelm Mauser, eles não conseguiram ter o projeto concluído em 1882, e a Comissão Alemã de Testes de Rifle (Gewehr-Prüfungskommission) foi formada. A comissão preferiu criar seu próprio projeto.  Paul Mauser criou duas variações diferentes do mesmo rifle, uma com um estoque reforçado com uma mortalha de barril e um design tradicional seguindo o layout da série 71 na esperança de que ele possa reverter a decisão da comissão, ou pelo menos vender seu design para o Reino da Bavária, que adotou suas próprias armas. Foram criado três fuzis com o mesmo mecanismo, se tornaram conhecidos como mauser 89 belga (com uma mortalha barril) mauser 90 turco, mauser e 91 argentino, idênticos na sua função e sistema de alimentação.  As principais características foram a capacidade de usar clipes stripper para alimentar a revista (uma revolução na taxa de incêndio).


Características técnicas:
País de origem: Argentina
Calibre: 7,65 mm        
Comprimento: 1,29 m
Capacidade de munições: 05 
Cadência de disparo: 12 TPM (tiros por minuto)
Peso: 4 kg

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