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13 –DA ESPINGARDA DE PEDERNEIRA AO FUZIL MAUSER
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ESPINGARDA DE PEDERNEIRA
A espingarda de pederneira, ou fuzil era uma arma longa cujo mecanismo
de disparo era o fecho de pederneira. Este consistia num cão (peça em formato
de martelo com um fragmento de sílex ou pederneira no seu extremo) que, depois
de ser acionado pelo gatilho, percutia uma peça móvel de aço (o
"fuzil"), provocando uma faísca que incendiava a pólvora colocada num
orifício que comunicava com o interior da câmara, produzindo a deflagração que
fazia impulsionar a bala no interior do cano da arma. O "fuzil" de
aço, peça característica deste tipo de espingardas, acabou por batizar as
próprias armas, bem como deu origem à denominação dos soldados armados com
elas, os fuzileiros. Além disso, a alma da espingarda era lisa e a bala de
chumbo esférica, o que facilitava a sua deformação e desvio, durante o disparo
(fenómeno conhecido como "instabilidade do disparo"), sendo quase
impossível acertar num inimigo a mais de 100 metros de distância. Por outro
lado, a má qualidade da pólvora tornava, os projéteis perdidos, praticamente
inofensivos a mais de 500 metros.
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ESPINGARDA MUTZIG
Espingarda Chassepot fabricada até a década de 1870 na Manufacture d'Armes de Mutzig, no antigo Castelo de Rohan, localizada numa pequena
comuna francesa.
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ESPINGARDA CHASSEPOT
Carga 5.6g de pólvora negra, calibre: 11 mm, ação: Ferrolho, cadencia de trio: 8-15 por minuto, velocidade de saída: 410 m/s, alcance efetivo: 1200m e sistema de suprimentos de tiro simples.
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CLAVINA DE TRANSIÇÃO
Na década de 1860, foi convertida de arma de
fulminante para carregamento pela culatra e cartucho metálico, o que aumentou a
cadência de tiro e alcance do armamento, mas como solução de emergência, não
foi adotada pelo Brasil.
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CARABINA COMBLAIM
Também
conhecida como modelo Belga,
ou modelo 1873, é a arma
original, tal como recebida da Europa.
A Comblain teve uma
longa e curiosa história no Exército Brasileiro. Vencedora de uma competição na
qual foram testados 12 modelos diferentes de armas, era baseada em um modelo
usado pela Guarda Cívica belga, apesar de ter notáveis diferenças com relação à
ela, gerando um modelo genuinamente Brasileiro, apesar de ter sido fabricado
por um consórcio de fabricantes belgas.
O funcionamento da
arma era relativamente simples: o bloco da culatra era móvel, descendo
verticalmente em um trilho quando a alavanca de armar – que também servia de
guarda-mato – era puxada para baixo. Isso abria a câmara e permita a colocação
de um cartucho. Este era do tipo chamado de Boxer, de ouropel, ou
seja, feito de uma folha de latão enrolado, fabricado localmente nos
laboratórios pirotécnicos de Campinho (RJ), Menino de Deus (RS) e de Cuiabá
(MS). Este tipo de cartucho, preferido para todas as armas usadas pelo Exército
(mas não pela Marinha, que muitas vezes usava munição importada), era simples,
barato e de fácil fabricação (exigia menos de metade das operações que eram
necessárias para os cartuchos inteiriços), mas causava uma série de problemas
em alguns dos equipamentos usados, especialmente nas Winchesters e nas metralhadoras, de forma que começou a ser substituído por
volta de 1891, por um cartucho normal, inteiriço.
No Brasil, quando foi
adotada em 1873, não foi considerada como ideal, gerando uma série de
modificações locais que pouco acrescentaram a armas, mas que resultaram em uma
série de variantes muito interessantes, especialmente no mecanismo de presilha,
a sapata. Chegou até
a ser feita uma quadrinha de sátira a essas modificações – atribuída ao próprio
Imperador – falando que "andam a pôr e tirar sapatas no fuzil, mas afinal de contas, quem fica
descalço é o Tesouro".
As Comblain
continuaram a ser a arma regulamentar da infantaria do Império até 1892, quando
começaram a ser substituídas pelas Mannlicher, e ainda seria usada depois disso, na Revolução
Federalista, na Revolta da Armada e Canudos. Em forças policiais, continuaria
em uso por décadas ainda, havendo menção ao seu uso pela Polícia da Paraíba, na
Revolta de Princesa, de 1930.
Características
técnicas:
País de origem: Bélgica
Calibre: 11x50 mm
Comprimento: 94 cm
Alcance útil: 500 m
Cadência de disparo: 08 TPM (tiros por minuto)
Peso: 4,16 kg
A Kropatschek Portuguesa (dentro
de Portugal, conhecida simplesmente por Kropatschek) foi uma família de espingardas e carabinas desenvolvida para as Forças Armadas Portuguesas, pela empresa de armamentos Österreichische Waffenfabrik-Gesellschaft (OE.W.F.G.),
de Steyr, Áustria, com base no sistema desenvolvido pelo
general austro-húngaro Alfred von Kropatschek.
As Kropatschek
Portuguesas usavam a munição 8 mm Guedes desenvolvida para as espingardas
do sistema Castro Guedes, inventadas pelo oficial português Luís
Fausto de Castro Guedes Dias[1], mas nunca adoptadas pelo Exército
Português.
As Kropatschek foram
as espingardas padrão do Exército Português entre 1886 e 1904. apesar de terem sido substituídas
pelas Mauser-Vergueiro como
arma padrão, em 1904, mantiveram-se em serviço nas unidades
coloniais até cerca de 1961.
Características
técnicas:
País de origem: Áustria
Calibre: 8 mm
Comprimento: 1,32 m
Alcance útil: 500 m
Capacidade de munições: 08 disparos.
Cadência de disparo: 10 TPM (tiros por minuto)
Peso: 4,55 kg
Nomenclatura:
Gewehr
71
O Modelo Mauser 1871 adotado como
o Gewehr 71 ou Infanterie-Gewehr 71 , ou "Infantaria
Rifle 71" ("IGMod.71" foi gravado nos próprios rifles) foi o
primeiro modelo de rifle em uma linha distinta projetada e fabricada por Paul Mauser e Wilhelm Mauser da empresa Mauser e mais tarde produzido em massa no arsenal de Spandau.
Paul
Mauser desenvolveu sua espingarda de ação rápida de 1867 a 1871. Durante os
anos 1870-71, ocorreram julgamentos com muitos rifles diferentes, sendo o M1869 Bavarian
Werder o
principal competidor dos Mausers. A Mauser foi provisoriamente adotada em
2 de dezembro de 1871, na pendência do desenvolvimento de uma segurança apropriada . Com
o apoio do governo arsenal Spandau , as melhorias do mecanismo de segurança
foram concluídas e o rifle foi formalmente aceito em 14 de fevereiro 1872
como infantaria Rifle Modelo 1871 pelo Império Alemão , excluindo Bavaria , que adotou o Werder.
Características
técnicas:
País de origem: Alemanha
Calibre: 11 mm
Comprimento: 1,35 m
Capacidade de munições: 05
Cadência de disparo: 10 TPM (tiros por minuto)
Peso: 4,5 kg
Nomenclatura:
Mauser
71/84
Mesmo armamento que foi fabricado em 1871, porém,
passou por algumas atualizações. O design foi atualizado em 1884 com um magazine tubular de 8
voltas projetado por Alfred von
Kropatschek , tornando este o primeiro rifle de repetição da
Alemanha. Esta versão foi designada Gewehr 1871/84. Uma versão deste repetidor foi adotada pelo Império Otomano . Designado M1887 , diferia do M71 / 84 em que tinha uma haste de limpeza
montada lateralmente, um segundo pino de travamento na parte traseira do
parafuso e que estava em 9,5 × 60mmR, que Paul Mauser apontou como o
mais eficiente cartucho (pó preto). No início do século 20, alguns foram
convertidos para 7.65 × 53mm sem fumaça pelo arsenal em Ankara .
Nomenclatura:
Mauser
Argentino 1891
Depois
que os irmãos Mauser terminaram o trabalho no Modelo 71/84 em 1880, a equipe de design decidiu criar um
repetidor de pequeno calibre que usasse pó sem fumaça. Por causa dos
reveses causados pela morte de Wilhelm Mauser, eles não conseguiram ter o
projeto concluído em 1882, e a Comissão Alemã de Testes de Rifle
(Gewehr-Prüfungskommission) foi formada. A comissão preferiu criar seu
próprio projeto. Paul Mauser criou duas variações diferentes do mesmo rifle,
uma com um estoque reforçado com uma mortalha de barril e um design tradicional
seguindo o layout da série 71 na esperança de que ele possa reverter a decisão
da comissão, ou pelo menos vender seu design para o Reino da Bavária, que adotou suas próprias armas. Foram criado
três fuzis com o mesmo mecanismo, se tornaram conhecidos como mauser 89 belga
(com uma mortalha barril) mauser 90 turco, mauser e 91 argentino, idênticos na
sua função e sistema de alimentação. As principais características
foram a capacidade de usar clipes stripper para alimentar a revista (uma revolução na taxa
de incêndio).
Características
técnicas:
País de origem: Argentina
Calibre: 7,65 mm
Comprimento: 1,29 m
Capacidade de munições: 05
Cadência de disparo: 12 TPM (tiros por minuto)
Peso: 4 kg
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