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16 – CONSOLIDAÇÃO DA REPÚBLICA
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CLAVINAS MANNLICHER
Mas, se por um lado
era uma arma revolucionária, também era problemática. Além de ter os mesmos
defeitos que a carabina tinha, ainda era uma clavina clássica, ou seja, não
tinha previsão para montagem de uma baioneta, sendo destinada apenas para o uso
montado a cavalo, que em teoria, usaria o seu sabre como arma de choque. Tendo
em vista este objetivo, era adaptada para o uso do homem à cavalo, com a
alavanca do ferrolho dobrada e achatada. Contudo, não tinha a tradicional
argola para prender no arção da sela, tendo uma bandoleira colocada na lateral
da arma – um pequeno indicativo de que, cada vez mais, o cavalariano seria um
soldado destinado a combater a pé e não a cavalo.
A substituição das
clavinas mais antigas se deu de forma bem mais rápida do que na Infantaria, de
forma que as Mannlicher já eram de uso geral durante a Revolta da Armada e
Revolução Federalista.
Posteriormente, como
todas as armas que iam ficando obsoleta, foi entregue à clubes de tiro e
polícias estaduais, ou até mesmo comprada diretamente por elas, pois agora as
Forças Públicas estaduais podiam se equipar diretamente, sem recorrerem ao Exército.
Características
técnicas:
Calibre: 7,92 x 57 mm
Comprimento: 99,5 cm
Peso: 3,23 kg
Raias: 4 a direita
Alcance útil:
500 m
Alça de mira: de 200 a 1200
metros
Carregador: 5 cartuchos
Cadência de fogo (útil): 22
tiros por minuto
Cadência de fogo (máx): 40
tiros por minuto
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FUZIL MANNLICHER
Projetado
pelo engenheiro e designer de armas austríaco Ferdinand Ritter von Mannlicher, que
usava uma versão refinada do seu revolucionário parafuso de ação de tração
direta.
Foi
inicialmente adotado e empregado pelo exército austro-húngaro durante a Primeira Guerra Mundial e mantido no pós-guerra
pelos exércitos austríaco e húngaro. O principal usuário estrangeiro foi a Bulgária, que, a partir de
1903, adquiriu um grande número e continuou a utilizá-lo nas guerras
nos Balcãs e na Guerra
Mundial. Após a derrota da Áustria-Hungria na Primeira Guerra Mundial , muitos foram dados a outros
estados dos Balcãs como reparações de guerra. Vários desses
rifles também foram usados na Segunda Guerra Mundial, particularmente por unidades de segunda linha,
reservistas e partidárias na Romênia, Iugoslávia, Itália e, em menor grau, na
Alemanha. No pós-guerra, muitos foram vendidos como excedentes baratos,
com alguns chegando às mãos dos guerrilheiros africanos na
década de 1970, e muitos outros sendo exportados para os Estados Unidos como
armas de fogo esportivas e colecionáveis.
A
empresa Haenel a pedido de alguns países da América do Sul solicitaram alguns
exemplares em calibre 7mm X 57 Mauser, com a finalidade de testes e avaliações
técnicas.
O
Governo Brasileiro decidiu substituir as carabinas Comblain pelos fuzis 1888,
aqui equivocadamente chamados de Mannlicher. As armas haviam sido
distribuídas à tropa em 1892, antes do início da
Revolução Federalista, o que indica que foi a escolha final da Comissão Técnica
Militar Consultiva.
Após a sua adoção e utilização em combate, os problemas começaram a
surgir, provenientes de excesso de poeira, escape de gases e muitos outros
eventos, alguns insolucionaveis.
Curiosamente, a carabina de fabricação Mauser modelo 1889, que havia
sido adotada pela Bélgica, claramente superior à carabina modelo 1888, ficou em
segundo lugar nos testes, talvez devido ao fato de ainda não estar disponível
no mercado, ou por não estarem ainda em uso oficial em nenhum país.
Apesar disso, frente às carabinas Comblain, a arma era muito superior em
termos de balística, precisão, cadência de tiro e potência.
De
qualquer forma, as modelo 1888 foram revolucionárias por uma série de aspectos:
era a primeira arma de repetição de uso geral da infantaria brasileira, a
primeira que usava cartuchos de pólvora sem fumaça, de alta velocidade inicial
e a primeira de calibre reduzido (7,92 mm versus o normal até então, de 11 mm). Além disso, era
municiada com cinco cartuchos colocados em um carregador metálico. Este ficava
na arma até o último cartucho ser disparado, sendo descartado automaticamente
em seguida, característica que aumentava em muito a cadência de fogo possível
da arma, especialmente em relação às de carregador tubular.
Características
técnicas:
Calibre: 7,92 x 57 mm
Comprimento: 124,5 cm
Peso: 4,4 kg
Raias: 4 a direita
Alcance útil:
500 m
Alça de mira: de 250 a
2.050 metros
Carregador: 5 cartuchos
Cadência de fogo (útil): 22
tiros por minuto
Cadência de fogo (máx): 40
tiros por minuto
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FUZIL MAUSER
Nomenclatura:
Mauser
M1908
Em
1908, houve uma grande aquisição do governo republicano junto à D.W.M.
(Deutsche Waffen und Munitionsfabrik) de Berlim , Alemanha, com os novos
modelos Mauser 1898, que aqui passaram a ser denominados de modelo 1908.
O fuzil Mauser de 1908 tinha o
aspecto de arma de longo alcance, foi com ele que São Paulo enfrentou tropas de
todo o Brasil na Revolução de 1932, além de fazer parte das fracassadas
guerrilhas comunistas de 1964.
Durante a Primeira Guerra
Mundial a arma de longo alcance era obsoleta, o que não impediu que o governo
pedisse uma grande remessa em 1935 à Tchecoslováquia, detentora da produção
em tal época. O Exército Brasileiro usou tais armas até 1958.
Era muito semelhante ao fuzil
G98 alemão, mantinha o calibre tradicional brasileiro e certas modificações
para atender as necessidades do país, como a alça de mira, mais simples e
barata.
A aquisição inicial de 1908
feita pelo governo brasileiro serviu para equipar as tropas por meio da
substituição dos Mauser 1894, uma vez que o modelo atualizado utilizava munição
pontiaguda, que possui maior alcance devido à aerodinâmica, bem como causa mais
danos ao alvo.
Características
técnicas:
Calibre: 7 x 57 mm
Comprimento: 125 cm
Peso: 4,10 kg
Raias: 4 a direita
Alcance útil:
600 m
Alça de mira: de 100 a 1200
metros
Carregador: 5 cartuchos
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PISTOLA LUGER
Nomenclatura:
Luger
P08
A pistola Luger P08 foi uma antiga pistola fabricada na
Alemanha. Foi considerada como o maior souvenir da Segunda Guerra Mundial. Esta
pistola foi adotada pelo exército alemão em 1908 (daí o nome P08) e dois
milhões de unidades foram fabricadas entre 1914 e 1918 (1918 não foi o ano
final de produção).
A Luger teve suas origens em um projeto inicial de Hugo
Borchardt em 1893. Mais tarde foi patenteada por George Luger que a aprimorou e
desenvolveu para produção em série. A arma acabaria levando seu nome até o
final. A produção inicial foi feita pela fabricante de armas Deutsche
Waffen-und Munitionsfabriken (DWM), a partir de 1900. Estima-se que foram
produzidas em torno de 35 versões diferentes, por diversos fabricantes. O
modelo com o calibre 9 x 19 mm, no Brasil foi adotado
pela Marinha e Exército em 1904 e 1908 respectivamente. É o calibre
de dotação padrão (para pistolas) da OTAN e dos exércitos de praticamente
todos países do ocidente, inclusive o Brasil
Características
técnicas:
Origem: Império Alemão
Calibre: 9 mm Parabellum
Comprimento: 23 cm
Peso: 850g
Alcance útil:
500 m
Carregador: 8 cartuchos
Cadência de fogo (útil): 20
tiros por minuto
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CARABINA WESTLY – RICHARDS
Adotada
pelo Exército Brasileiro em 1872, continuou em uso até 1884, apesar de já dois
anos antes, a Comissão de Melhoramentos do Material do Exército (que tinha
membros da Marinha e avaliava material para ela também) ter recomendado a sua substituição
pela Kropatschek, de repetição. Sabe-se, contudo, que continuaram em
uso limitado depois daquela data, pela Marinha e sabe-se que o Exército
Brasileiro as usou também, apesar de nunca terem sido de distribuição
regulamentar. Ocorreu com batalhões de voluntários, durante a Revolta da Armada
e Revolução Federalista (1893-1895).
Características
técnicas:
Origem: Inglaterra
Calibre: 11,43 mm
Comprimento: 123,5 cm
Peso: 3,99 kg
Raias: 9 a direita
Alcance útil:
500 m
Alça de mira: 1000 m
Cadência de fogo (útil): 8
tiros por minuto
Nomenclatura: Kropatschek
1878
A Marinha Francesa optou por não adotar o rifle Gras e continuou a usar
o Chassepot com cartucho de papel e agulha no final da década de
1870. Quando finalmente decidiram adotar um novo rifle de cartucho
metálico, decidiram pular direto para um repetidor. Os testes foram feitos
em 1877 de Winchester-Hotchkiss, Krag-Petersen e Kropatschek, e o Kropatschek com base no sistema desenvolvido pelo
general austro-húngaro Alfred
von Kropatschek foi o vencedor. Como a Marinha Francesa não precisava
de muitos rifles, optou por comprá-los diretamente da fábrica pela empresa de armamentos Österreichische Waffenfabrik-Gesellschaft (O.E.W.F.G.),
de Steyr, Áustria, que
possuía os direitos do sistema. Um pedido de 25.000 unidades foi feito em
1878 e as entregas foram concluídas em 1881.
No Brasil, em
setembro de 1882, o Conde D’Eu, presidente da Comissão de Melhoramentos do
Material do Exército, após esta ter examinado as Kropatschek a pedido do
Ministério da Marinha, recomendava a adoção da arma na esquadra, em
substituição das Westley-Richards, nos
seguintes termos:
"a conveniência de fazer-se aquisição de
armas de tiro múltiplo, ou de repetição para as praças dos nossos navios de
guerra, em substituição das armas Westley-Richards – que possui e que já não
são as mais próprias, entretanto que para elas pretende-se, segundo consta,
encomendar para a Europa avultado cartuchame, venho submeter à consideração do
Governo Imperial semelhante proposta, cabendo-me declarar que a mesma Comissão
julga poder ser adotada para o mencionado serviço da marinha a arma de
repetição denominada – Kropatschek – da qual possuímos alguns specimens, que
tem sido experimentados por vários países sendo por alguns deles adotada".
Essa compra de armas
francesas, de calibre 11 mm, foi feita, dando à Marinha uma vantagem em relação
às tropas de terra: os fuzileiros navais passaram a dispor de uma arma de
repetição, enquanto a tropa de terra ainda tinha que se valer das Comblains. Essa encomenda,
de armas do modelo Francês, chegou em 1884, sendo elas experimentadas pela
primeira vez nas manobras anfíbias de fevereiro de 1885.
Em 1885, o Exército Português tinha feito experimentos
com um fuzil de desenho local, o Guedes, uma arma de tiro simples e culatra
tombante, semelhante em conceito a Comblain e Westley-Richards aqui
usadas. Do ponto de vista técnico, portanto, não era nenhuma novidade, a não
ser pelo revolucionário cartucho de pólvora sem fumaça e de calibre reduzido, o
primeiro a ser adotado em todo mundo. 40.000 armas desse modelo foram
encomendadas à fábrica Steyr, na Áustria, já que Portugal não tinha condições
de fabricá-las.
Mas o mecanismo da Guedes era obsoleto – naquele ano
já não era imaginável armar a tropa com armas de tiro simples, de forma que
mentes lúcidas do Exército Português perceberam o erro e suspenderam a
encomenda após apenas um pequeno número de Guedes ter sido feito. Ao invés, foi
encomendado à Fábrica Steyr a fabricação de fuzis Kropatschek, usando a munição
desenvolvida para o Guedes.
Com a introdução do modelo português, pouco depois da
chegada das primeiras Kropatschek ao Brasil, ficou claro que a arma de nossa
marinha não era ideal. Por azar das circunstâncias, a carabina tinha ficado
obsoleta em apenas um ano. Desta forma que a Marinha logo procurou adquirir as
armas do modelo português para substituir as então em uso, o que foi feito por
volta de 1891 (o Jornal do
Brasil, de 19 de setembro daquele ano, informava que o Ten.-Cel.
Antônio Francisco Duarte tinha recebido ordens de comprar "cartuchos de pólvora sem fumaça, sistema
Nobel, para carabinas Kruppcthcf (sic) do calibre 8 mm, pondo urgência na
remessa das armas de repetição, já encomendadas").Novamente essa
compra foi uma decisão infeliz. Naquele ano já estavam se fazendo testes para a
escolha de uma nova arma para o Exército e o modelo escolhido era claramente
superior à Kropatschek. A Mannlicher tinha
um depósito de cartuchos vertical, que podia ser alimentado com carregadores de
cinco cartuchos e, desta forma, a nova Kropatschek já chegou ao Brasil
obsoleta, tendo uma carreira na Marinha muito curta.
Além
da Marinha Brasileira, sabe-se que o Exército usou um pequeno número de armas
desse modelo durante a Revolta da Armada, oriundas da própria Marinha, quando
os depósitos da Armação foram capturados, pois ela já era obsoleta em 1892 e
havia uma arma padrão melhor em uso, a Mannlicher, não havendo motivos para sua
compra pelo Exército.
Características
técnicas:
Calibre: 11 mm
Comprimento: 122,3 cm
Peso: 4,49 kg
Raias: 4 a direita
Alcance útil:
500 m
Alça de mira: de 350 a
1.800 metros
Carregador: 7 cartuchos
Cadência de fogo (útil): 10
tiros por minuto
Cadência de fogo (máx): 18
tiros por minuto
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FRAGMENTOS DE GRANADAS
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