Vitrine
12 – A GUERRA CONTINUA
·
PISTOLA MINIÉ
Inicialmente o projeto do Claude-Etienne Minié foi
fabricar a munição denominada Bola-Minié, fabricada em 1846 que era a munição
que substituiria os balins, uma munição cilíndrica com uma concavidade cônica
na base que se expande quando disparada pelo armamento. Logo depois foi
fabricado o Rifle Minié em 1849, com o cano de alma raiada, dando um alcance e
precisão maior aos disparos, dando início ao sistema Minié de armamentos. A
pistola inglesa Enfield Pattern foi fabricada 1856 já com o sistema Minié tendo
o modelo de alma lisa e alma raiada.
Nos anos iniciais da Guerra do Paraguai, o Exército
Imperial do Brasil ainda utilizava algumas pistolas de pederneira como armas de
uso pessoal de oficiais. Mesmo após a introdução do sistema Minié, algumas
armas curtas já no sistema de percussão foram adquiridas, tanto em alma lisa
como raiadas. Em 1872, o Império negociou com a Inglaterra a compra de 2.000
pistolas Enfield, provenientes de arsenais daquele país, numa época em que
essas armas já eram consideradas obsoletas.
A bem da verdade, anos antes da eclosão da guerra o Exército já vinha
experimentando alguns revólveres, se bem que essas armas eram destinadas
unicamente a uso de oficiais. Pistolas de percussão e de tiro simples
continuaram a ser usadas por mais alguns anos pelas praças, pelo menos até 1882,
ou seja, bem depois da guerra ter terminado, época em que foram adquiridos os
primeiros lotes dos revólveres belgas Nagant.
Características
técnicas:
País de origem: Inglaterra
Calibre: 14,8 mm
Comprimento: 3,75 cm
Capacidade de munição: 01
Alcance útil: 15 m
Cadência de disparo: 2 a 4 TPM (tiros por minuto)
Peso: 1,2 kg
·
ESPINGARDA ROBERTS
História:
As
Espingardas Roberts são espingardas de retrocarga e nada mais eram do que armas
do sistema Minié,
fabricadas nos Estados Unidos (conhecidas como Springfield, modelo 1861),
transformadas segundo o sistema patenteado por Roberts em 1864. Neste sistema,
a culatra da arma americana era serrada na sua parte traseira, o cão era
trocado e uma nova culatra, de retrocarga, era parafusada ao cano.
Foram adquiridas 5.000 exemplares da Roberts em 1866 e
colocadas em teste na Guerra da Tríplice Aliança, 880 exemplares foram enviadas
ao fronte em 1867, porém, elas não foram aprovadas no Brasil por causa de sua
munição muito problemática. O cartucho usado era de estojo metálico e de
percussão periférica, teoricamente muito superior aos cartuchos de papel usados
até então, mas que na prática se mostraram inúteis, pelo grande número de
falhas. Houveram diversas tentativas de se solucionar o problema, porém sem
sucesso. A medida não deu certo e as Roberts foram recolhidas à depósito e eles
foram realmente abandonados. Em 1877 ordenou-se "que não se deveria fazer
despesa" com as Roberts em depósito, ou seja, não se faria mais manutenção
nas mesmas. Daí elas desapareceram de nossa história.
Características
técnicas:
País de origem: Estados Unidos
Calibre: 14,66 mm
Comprimento: 142 cm
Alcance útil: 460 m
Cadência de disparo: 10 a 15 TPM (tiros por minuto)
Peso: 4,02 kg
·
CLAVINA ENFIELD
Características
técnicas:
País de origem: Inglaterra
Calibre: 14,66 mm
Comprimento: 94 cm
Alcance útil: 100 m
Cadência de disparo: 2 a 4 TPM (tiros por minuto)
·
ESTRIBO
A cavalaria da Guarda Nacional não tinha o mesmo
equipamento e uniforme do Exército, durante a guerra foram usando alguns
artigos militares, sendo comum o uso de insígnias militares e estribos, como
este, não regulamentares.
·
CLAVINA SPENCER
Criada no Estados Unidos por Cristopher M. Spencer no
ano de 1860. Foi a primeira arma de fogo longa portátil de repetição fabricada
em grande quantidade a ser adotada por um exército.
A
arma era revolucionária por ser de retrocarga, de cartucho metálico e,
principalmente, por ser de repetição, portando sete cartuchos de percussão
periférica em um carregador tubular na coronha. Por ser de retrocarga, era
possível ao atirador recarregar enquanto estava deitado (todas as armas de
carregar pela boca exigiam uma postura ereta para isso, tornando o atirar um
bom alvo para o inimigo). Ao mesmo tempo, o fato de ser uma arma de repetição
dava-lhe uma cadência de fogo prática de 3 a 5 vezes maior que as armas de
carregar pela boca. Pela primeira vez a cavalaria tinha condições de, em um
combate de tiroteio, derrotar um número igual, ou até maior, de infantes,
armados com espingardas ou carabinas de fulminante.
Durante a Guerra do Paraguai, em 1866, quando foram
adquiridas a pedido do Duque de Caxias, tiveram um problema inicial com a
munição (assim como as Roberts
). Esta não muito confiável e isto retardou a sua distribuição para a tropa. Entretanto, a insistência dos oficiais da Comissão de Melhoramentos do material do Exército e do Duque de Caxias fez com que novas tentativas fossem feitas em 1867 e os problemas iniciais solucionados, sendo a arma distribuída em grandes número aos esquadrões de atiradores dos Regimentos de Cavalaria. (a primeira unidade a recebê-la foi o 5o Corpo de Caçadores a Cavalo), mas logo já era de uso mais ou menos comum, tendo se destacado em combate pela primeira vez em 24 de setembro de 1867, durante as operações de cerco de Humaitá.
). Esta não muito confiável e isto retardou a sua distribuição para a tropa. Entretanto, a insistência dos oficiais da Comissão de Melhoramentos do material do Exército e do Duque de Caxias fez com que novas tentativas fossem feitas em 1867 e os problemas iniciais solucionados, sendo a arma distribuída em grandes número aos esquadrões de atiradores dos Regimentos de Cavalaria. (a primeira unidade a recebê-la foi o 5o Corpo de Caçadores a Cavalo), mas logo já era de uso mais ou menos comum, tendo se destacado em combate pela primeira vez em 24 de setembro de 1867, durante as operações de cerco de Humaitá.
Características
técnicas:
País de origem: Estados Unidos
Calibre: 12,7 mm
Comprimento: 94 cm
Capacidade de munições: 07
Alcance útil: 300 m
Cadência de disparo: 12 a 21 TPM (tiros por minuto)
Peso: 3,8 kg
·
ESPADA DE GENERAL
Dada
aos oficiais generais desde 1831, é usada até os dias de hoje, sendo a arma
regulamentar de uso mais longo da história do Brasil, com as únicas
modificações sendo a substituição do Brasão do Império que era gravado na
lâmina pelo da República, com a proclamação do novo regime e a remoção da
bainha de metal folheada a ouro (para uso nos uniformes de gala), na década de
1980, por motivo de economia.
·
TROFÉUS DE GUERRA
A
palavra "troféu" vem do grego "tropaion" com o significado atual de mudança, reviravolta
ou transformação; e tem origem no termo latino "tropaneum", o qual se referia
a armas, estandartes, outros objetos e bens, cativos humanos ou
partes de corpos
(ex.: cabeças, mãos, braços e orelhas decepados),
todos esses capturados do grupo inimigo em combate. É o troféu de guerra que
comemorava as vitórias militares de um Estado, unidade
militar ou combatente individual. Na guerra moderna, a tomada de troféus é
considerada antiética e é desencorajada.
Espadas – Capturadas dos Regimentos de Cavalaria paraguaios.
Ponteiras – Em prata, retiradas de bainhas de punhais.
Nenhum comentário:
Postar um comentário