segunda-feira, 7 de outubro de 2019

Evolução do Armamento_Vitrine 12


Vitrine 12 – A GUERRA CONTINUA








·         PISTOLA MINIÉ


Nomenclatura: Pistola Enfield Pattern 1856

Inicialmente o projeto do Claude-Etienne Minié foi fabricar a munição denominada Bola-Minié, fabricada em 1846 que era a munição que substituiria os balins, uma munição cilíndrica com uma concavidade cônica na base que se expande quando disparada pelo armamento. Logo depois foi fabricado o Rifle Minié em 1849, com o cano de alma raiada, dando um alcance e precisão maior aos disparos, dando início ao sistema Minié de armamentos. A pistola inglesa Enfield Pattern foi fabricada 1856 já com o sistema Minié tendo o modelo de alma lisa e alma raiada.

Nos anos iniciais da Guerra do Paraguai, o Exército Imperial do Brasil ainda utilizava algumas pistolas de pederneira como armas de uso pessoal de oficiais. Mesmo após a introdução do sistema Minié, algumas armas curtas já no sistema de percussão foram adquiridas, tanto em alma lisa como raiadas. Em 1872, o Império negociou com a Inglaterra a compra de 2.000 pistolas Enfield, provenientes de arsenais daquele país, numa época em que essas armas já eram consideradas obsoletas.

A bem da verdade, anos antes da eclosão da guerra o Exército já vinha experimentando alguns revólveres, se bem que essas armas eram destinadas unicamente a uso de oficiais. Pistolas de percussão e de tiro simples continuaram a ser usadas por mais alguns anos pelas praças, pelo menos até 1882, ou seja, bem depois da guerra ter terminado, época em que foram adquiridos os primeiros lotes dos revólveres belgas Nagant.

Características técnicas:
País de origem: Inglaterra
Calibre: 14,8 mm
Comprimento: 3,75 cm
Capacidade de munição: 01
Alcance útil: 15 m
Cadência de disparo: 2 a 4 TPM (tiros por minuto)
Peso: 1,2 kg





·         ESPINGARDA ROBERTS


História: As Espingardas Roberts são espingardas de retrocarga e nada mais eram do que armas do sistema Minié, fabricadas nos Estados Unidos (conhecidas como Springfield, modelo 1861), transformadas segundo o sistema patenteado por Roberts em 1864. Neste sistema, a culatra da arma americana era serrada na sua parte traseira, o cão era trocado e uma nova culatra, de retrocarga, era parafusada ao cano.

Foram adquiridas 5.000 exemplares da Roberts em 1866 e colocadas em teste na Guerra da Tríplice Aliança, 880 exemplares foram enviadas ao fronte em 1867, porém, elas não foram aprovadas no Brasil por causa de sua munição muito problemática. O cartucho usado era de estojo metálico e de percussão periférica, teoricamente muito superior aos cartuchos de papel usados até então, mas que na prática se mostraram inúteis, pelo grande número de falhas. Houveram diversas tentativas de se solucionar o problema, porém sem sucesso. A medida não deu certo e as Roberts foram recolhidas à depósito e eles foram realmente abandonados. Em 1877 ordenou-se "que não se deveria fazer despesa" com as Roberts em depósito, ou seja, não se faria mais manutenção nas mesmas. Daí elas desapareceram de nossa história.

Características técnicas:
País de origem: Estados Unidos
Calibre: 14,66 mm
Comprimento: 142 cm
Alcance útil: 460 m
Cadência de disparo: 10 a 15 TPM (tiros por minuto)
Peso: 4,02 kg


·         CLAVINA ENFIELD


História: A Clavina Enfield são armas do sistema Minié compradas em 1858 na Inglaterra e distribuídas em 1868 à tropa de cavalaria do Exército Imperial do Brasil que atuava na Guerra da Tríplice Aliança. A Clavina Enfield também foi um armamento que ficou pouco tempo sendo utilizado na guerra, por ter relatos de problemas com as munições disparadas. 

Características técnicas:
País de origem: Inglaterra
Calibre: 14,66 mm      
Comprimento: 94 cm
Alcance útil: 100 m
Cadência de disparo: 2 a 4 TPM (tiros por minuto)



·         ESTRIBO


Guarda Nacional era uma força paramilitar organizada por lei no Brasil durante o período regencial, em agosto de 1831. Como uma instituição de caráter civil, a Guarda Nacional era subordinada aos Juízes de Paz, aos Juízes Criminais, aos presidentes de Província e ao Ministro da Justiça, sendo somente essas autoridades que podiam requisitar seus serviços. O único cenário em que os guardas nacionais passariam a fazer parte da estrutura militar de 1ª linha era no caso dos corpos destacados para a guerra, quando deveriam atuar como auxiliares do Exército.

A cavalaria da Guarda Nacional não tinha o mesmo equipamento e uniforme do Exército, durante a guerra foram usando alguns artigos militares, sendo comum o uso de insígnias militares e estribos, como este, não regulamentares.



·         CLAVINA SPENCER


Criada no Estados Unidos por Cristopher M. Spencer no ano de 1860. Foi a primeira arma de fogo longa portátil de repetição fabricada em grande quantidade a ser adotada por um exército.
A arma era revolucionária por ser de retrocarga, de cartucho metálico e, principalmente, por ser de repetição, portando sete cartuchos de percussão periférica em um carregador tubular na coronha. Por ser de retrocarga, era possível ao atirador recarregar enquanto estava deitado (todas as armas de carregar pela boca exigiam uma postura ereta para isso, tornando o atirar um bom alvo para o inimigo). Ao mesmo tempo, o fato de ser uma arma de repetição dava-lhe uma cadência de fogo prática de 3 a 5 vezes maior que as armas de carregar pela boca. Pela primeira vez a cavalaria tinha condições de, em um combate de tiroteio, derrotar um número igual, ou até maior, de infantes, armados com espingardas ou carabinas de fulminante.

Durante a Guerra do Paraguai, em 1866, quando foram adquiridas a pedido do Duque de Caxias, tiveram um problema inicial com a munição (assim como as Roberts

). Esta não muito confiável e isto retardou a sua distribuição para a tropa. Entretanto, a insistência dos oficiais da Comissão de Melhoramentos do material do Exército  e do Duque de Caxias fez com que novas tentativas fossem feitas em 1867 e os problemas iniciais solucionados, sendo a arma distribuída em grandes número aos esquadrões de atiradores dos Regimentos de Cavalaria. (a primeira unidade a recebê-la foi o 5o Corpo de Caçadores a Cavalo), mas logo já era de uso mais ou menos comum, tendo se destacado em combate pela primeira vez em 24 de setembro de 1867, durante as operações de cerco de Humaitá.

Características técnicas:
País de origem: Estados Unidos
Calibre: 12,7 mm        
Comprimento: 94 cm
Capacidade de munições: 07
Alcance útil: 300 m
Cadência de disparo: 12 a 21 TPM (tiros por minuto)
Peso: 3,8 kg




·         ESPADA DE GENERAL




Esta arma segue a moda europeia que se implantou no Período Napoleônico e que teve uma grande difusão por alguns anos mais, de se imitar a cimitarra (espada egípcia) mameluca. Isto se devia a fama que os Mamelucos ganharam após a campanha do Egito de 1801 - Napoleão chegou a criar uma tropa de “Mamelucos” em sua Guarda Imperial.
Dada aos oficiais generais desde 1831, é usada até os dias de hoje, sendo a arma regulamentar de uso mais longo da história do Brasil, com as únicas modificações sendo a substituição do Brasão do Império que era gravado na lâmina pelo da República, com a proclamação do novo regime e a remoção da bainha de metal folheada a ouro (para uso nos uniformes de gala), na década de 1980, por motivo de economia.





·         TROFÉUS DE GUERRA

A palavra "troféu" vem do grego "tropaion" com o significado atual de mudança, reviravolta ou transformação; e tem origem no termo latino "tropaneum", o qual se referia a armas, estandartes, outros objetos e bens, cativos humanos ou partes de corpos (ex.: cabeças, mãos, braços e orelhas decepados), todos esses capturados do grupo inimigo em combate. É o troféu de guerra que comemorava as vitórias militares de um Estado, unidade militar ou combatente individual. Na guerra moderna, a tomada de troféus é considerada antiética e é desencorajada.









Espadas – Capturadas dos Regimentos de Cavalaria paraguaios.


Ponteiras – Em prata, retiradas de bainhas de punhais.









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