quinta-feira, 3 de outubro de 2019

Evolução do Armamento_Vitrine 08






Vitrine 08 – INDEPENDÊNCIA


·         SABRE


É um tipo de espada com uma lâmina curvada, normalmente associada com a cavalaria leve entre os séculos XVI e XIX, se popularizando durante as Guerras Napoleônicas. Originalmente associada à cavalaria da região da Europa Central, como os hussardos, se espalhando para a Europa Ocidental durante a Guerra dos Trinta Anos (1618–1648). Com o passar dos anos, principalmente a partir do século XX, com as armas de fogo tomando preponderância no campo de batalha, o sabre deixou de ser usado como uma arma e passou a se tornar uma peça de uniforme (primordialmente por oficiais), utilizado em cerimônias ou em funções longe de uma frente de batalha.
O sabre militar começou a ser usado em duelos em academias militares a partir do século XIX, dando início a uma forma de luta de sabre disciplinada (introduzida como esporte nas Olimpíadas de 1896).

·         CAPACETE DA IMPERIAL GUARDA DE HONRA


A Guarda Real do Príncipe Dom Pedro, depois Imperial Guarda de Honra, foi criada em 1822 e extinta em 1832, após abdicação de D. Pedro I. Era uma tropa de guarda especial, pertencente à Casa Imperial e não ao Exército. Na solenidade da coroação de D. Pedro I, em 1° de dezembro de 1822, a Imperial Guarda de Honra foi oficializada, apresentando-se com o capacete todo dourado que se tornaria tradicional. Este capacete é notável não só pela confecção como pela beleza e valor artístico. Todo dourado, coberto de escamas estampadas e encimado pelo dragão, timbre da Casa de Bragança, tem sobre este uma cimeira canelada da qual pende a cauda de crina preta. Na frente, “P I” (de “Pedro I”), coroado entre ramos a uma fita enlaçada, tudo de prata, e sobre esta, os dizeres: “Imperial Guarda de Honra”, em letra douradas. Penacho verde, cor heráldica da Casa de Bragança. Depois do segundo casamento de D. Pedro I, em 1829, a Imperial Guarda de Honra passou a usar outro capacete, de tipo bávaro, de couro preto com guarnição dourada, crina e penacho vermelho.
Em 1927, o então 1° Regimento de Cavalaria (criado em 1808 por Dom João e atualmente 1° Regimento de Cavalaria de Guarda – “Regimento Dragões da Independência”) adotou uniforme histórico baseado no uniforme da Imperial Guarda de Honra, com o capacete no modelo de 1822. Algumas modificações foram introduzidas na ocasião: a sigla “P I” que era usada como tope do capacete foi substituída pelo brasão da República, e as Armas do Império, estampadas nos talins foram substituídas pelas Armas da República. A cor dos penachos ficou convencionada da seguinte forma: BRANCO: para o comandante do regimento; AMARELO: para os oficiais até o subcomandante; VERMELHO: para os soldados e graduados; VERDE: para os integrantes da banda de música.



·         TERÇADO


É uma variante do sabre com lâmina reta ou ligeiramente curva, de ponta aguçada, usada tanto para cortar como para perfurar, que foi usada pela infantaria do século XVIII até as lutas de trincheiras da Primeira Guerra Mundial. No Brasil, o nome de "terçado" é dado também a facões ou machetes usados principalmente para abrir caminho nas matas, embora possam servir como armas improvisadas.




·         SABRE DA IMPERIAL GUARDA DE HONRA


A Imperial Guarda de Honra não era uma tropa do Exército, mas sim da Casa Imperial. Entretanto, o seu armamento foi distribuído pelo Exército e hoje há uma tropa que usa seus uniformes históricos baseados na Guarda, de forma que vamos abordar o sabre da tropa aqui. O sabre da Guarda de Honra tem a distinção de ser a única arma de cavalaria pesada a ser adotada no país: tinha a lâmina reta e pesada, própria para golpes de estoque e contra oponentes que usassem armaduras. Sua guarda tinha o Brasão do Império e um pomo em forma de grifo - o símbolo da Casa Real. Sua lâmina é decorada com gravações com ouro e oxidação azulada decorativa, com as inscrições “Vivas o Imperador”, dos dois lados. Há dois tipos de bainha, uma de ferro com guarnições douradas e outra, bem mais rara, folheada a ouro, com gravações.


·         CLAVINAS DE PEDERNEIRA


A tradicional arma dos atiradores da Cavalaria, era distribuída a um esquadrão de cada Regimento de Cavalaria do Rio Grande do Sul, a todos os soldados do 1º Regimento, no Rio de Janeiro e as companhias isoladas de Cavalaria das Províncias, além de usos especiais, como escolas do Exército e Marinha.
Pelas fontes disponíveis, não foram compradas clavinas de fulminato antes da compra das armas do sistema Minié, em 1857, de forma que as antigas clavinas de pederneira permaneceram em uso até aquela data, pelo menos. Mesmo com as modificações introduzidas no período, a clavina continuou a ser a única arma que não dispunha de baioneta, já que o combate de arma branca dos soldados de Cavalaria seria feito com os sabres e pistolas.


·         PISTOLA DE PEDERNEIRA


Arma de fabricação inglesa. O jovem Exército Imperial teve que se armar com equipamento britânico, mantendo a dependência desta fonte, herdada dos portugueses. O mecanismo de pederneira, desenvolvido no início do século XVII, veio para mudar o anteriormente utilizado mecanismo de fecho de mecha. Consiste na utilização de uma pedra de sílex presa ao extremo do cão, que após ser acionado pelo gatilho, percute uma peça metálica chamada fuzil, provocando uma faísca que detona a pólvora presente na câmara de detonação. Foi o principal mecanismo de detonação de armas de fogo até a segunda metade do século XIX, quando veio a ser preterido pelo mecanismo de percussão, com o advento dos cartuchos.

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